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LIBORNI SIQUEIRA
( BRASIL – RIO DE JANEIRO )
A AMAERJ informa, com grande pesar, a morte do desembargador aposentado Liborni Bernardino Siqueira, neste domingo (12). Ex-presidente da Abraminj (Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude), o magistrado tinha 84 anos.
O sepultamento aconteceu na tarde desta segunda-feira (13), na Capela 1 do Memorial do Carmo, no Caju.
Nascido em Bonsucesso, Liborni Siqueira formou-se em Direito pela Universidade Candido Mendes, em 1958. Nove anos depois, ingressou na carreira do Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Em 1970, foi aprovado no concurso para a magistratura do Estado do Rio de Janeiro. Ele atuou nas comarcas de Paraty, Engenheiro Paulo de Frontin, Duque de Caxias e da Capital.
Liborni Siqueira presidiu a Abraminj de 1979 a 1981. Ele atuou como juiz de Direito do Tribunal de Alçada Criminal e, em 1998, foi promovido a desembargador pelo critério de antiguidade. Aposentou-se em 2004. O magistrado recebeu a Medalha de Honra da Magistratura Fluminense em 2008.
Ele também foi professor de Sociologia e Estudos de Problemas Brasileiros, escritor e poeta. Integrou as Academias de Letras Carioca, Guanabarina, Duquecaxiense e Brasileira de Ciências Econômicas, Políticas e Sociais. Publicou inúmeros livros e artigos, especialmente na área do Direito de Família e da Infância.
A TOGA E LIRA: coletânea poética. Abeylard Pereira Gomes ...
et al.: apresentação por Fernando Pinto. Rio de Janeiro: Record, 1985. 224 p. Ex. doação do livreiro BRITO, Brasília
NÃO SEI
Não sei definir o que por ti eu sinto
ou traduzir o querer nas palavras.
Se o fizer poderás dizer que minto
ou que procuro coisas veladas.
Não sei se foi o teu jeito de menina
ou a ternura no modo de falar.
Não sei se esta tualma que me fascina
ou a languidez que transmites no olhar.
Não sei se este teu semblante sereno
ou mesmo teu andar delicado e ameno
diferente de tudo enfim que amei.
Não sei se os teus lábios de um beijo ardente
ou tua presença mesmo estando ausente
ou tudo em ti mulher... não sei... não sei!...
INDAGANDO
Quantos anos são passados e eu resistindo.
Já não sei se valeu a penas um dia ter nascido.
Tento convencer-me, porém estou mentindo
e logo me pergunto: — que é ter vivido?...
Onde andam meus sonhos de criança? Nada resta,
pois foram banidos pelas desilusões,
Ficaram os rituais de uma gloriosa festa,
bailando nos restos das cinzas das paixões.
Chegas tu, que dizes me amar em tom ardente,
não percas tempo mulher com este ser doente
que aos poucos morreu na vida pela dor cruenta.
Brado aos ventos: onde está o amor? Sempre indago
pois o que conheço guardado em muito afago
é veneno que me dilacera a atormenta...
QUERO
Quero sonhar como o sonho de criança;
quero sentir a vida no esplendor;
e fazer das ilusões, a esperança,
amando a pureza de um terno amor.
Quero ouvir murmúrios de passarinhos;
ter das estrelas o brilho em minhalma,
quero sentir cálidos carinhos;
para ungir às agruras, paz e calma.
Tudo eu quero, em verdade, não querendo;
e o capricho do destino traçado
por este amor, que aos pouco vou morrendo.
Enfim, guarda meus versos, meu sentir
para quando um dia, por certo, eu partir,
teres meu coração, em tais mãos, lembrado.
*
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Página publicada em julho de 2023
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